sábado, 19 de junho de 2010

A história de Elriolt MacAssen (parte final)

Agora só umas curiosidades extras sobre meu personagem (o histórico dele não foi tão bem desenvolvido, eu sei, mas eu realmente preferi me focar mais no passado do que no presente, afinal o passado é tudo que importa para Elriolt) :
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Dois homens se olhavam com um misto de raiva e respeito. Ambos com armas em punho e ambos ensangüentados. O primeiro parecia ser o mais velho, tinha uma pele azulada e seus cabelos eram brancos, portava uma espada que estava suja do sangue de seu oponente e uma armadura quase inútil: cheia de cortes e buracos. O outro já era mais jovem, pelo menos uns 20 verões mais jovem. Seus cabelos eram negros e lhe escorriam pelos ombros e seus olhos verdes como uma esmeralda. Possuía uma pequena lança que parecia bem desgastada, sua armadura estava intacta, mas seu corpo cheio de cortes e hematomas.

-Sabe que não posso fazer isso pai. Não posso te matar – começou a falar o mais jovem, ofegando.

-Você deve fazer meu filho, você vê aquilo que nenhum de nós jamais viu, é o escolhido para fazer nosso clã ressurgir – ele levanta os braços com dificuldade – fazer com que o clã MacAssen seja respeitado e louvado, como foi em outrora.

O jovem fecha os olhos e segura a lança com mais força. Seu pai estava certo, ele havia profetizado isso, que o sangue daquele que o gerou deveria ser derramado para que o clã MacAssen ressurgisse. Não havia escapatória, apenas destino, Kalem guiava seus passos por meio de visões e sonhos, Kalem queria que o clã MacAssen ressurgisse.

Ao abrir os olhos o rosto do jovem mudou, a incerteza sumiu e com uma rápida estocada ele perfurou o coração de seu próprio pai com a lança. O velho sorriu e disse:

-Adeus meu filho, adeus Elriolt MacAssen,herdeiro da maldição. – e caiu inerte no chão.

Duas lágrimas escorreram pelos olhos de Elriolt e, com muito cuidado, ele retirou do dedo de seu pai um anel com um símbolo antigo, que representava a nobreza de Harcasterer. Elriolt fita o corpo de seu pai por alguns instantes, faz uma oração para Kalem e coloca o anel em seu dedo e nesse momento o símbolo da maldição que havia em sua testa dobra de tamanho e fica mais acentuado na pele, como uma tatuagem recém feita. Este é o início da jornada de Elriolt, uma jornada para recuperar aquilo que já foi perdido e relembrar aquilo que já foi esquecido.

Informações:

Passado

Elriolt foi treinado desde o nascimento pelo seu pai, sendo que nunca chegou a conhecer a mãe. Cresceu tendo visões sobre seu destino e aprendendo a controlar a maldição faérica que existe em seu sangue, canalizando-a para seus inimigos. Hoje ele busca recursos e aliados para reerguer seu clã e matar toda a casa Lodestar, encerrando a maldição que carrega em suas veias.

Relações

Atualmente a única relação que Elriolt têm é com sua prima distante Marrye que encontrou por acaso (embora ele ache que foi obra de Kalem) em uma de suas aventuras. Elriolt tem plena confiança em Marrye, apesar de desaprovar alguns comportamentos da mesma, e sempre tenta encaixá-la em seus planos (o que tem funcionado perfeitamente bem, Elriolt e Marrye trabalham muito bem juntos)

Esquizofrenia

Elriolt enxerga coisas que não estão realmente lá. Nada muito grave, apenas pequenas visões que ele imagina serem obras de algum tipo de poder sensitivo que ele possui. Uma vez ele se negou a aceitar um serviço altamente remunerado porque enxergou um rosto demoníaco no contratante e ele já chegou a fazer trabalhos gratuitamente apenas porque viu asas angelicais em seu empregador. Essas visões estão restritas a pequenos detalhes e são passageiras, coisas de 2~5 segundos, mas podem fazer com que Elriolt mude de opinião e atitude com relação a uma pessoa, lugar ou decisão.

Mudança de Aparência

Conforme Elriolt se aprimora no poder faérico ele vai perdendo seus traços humanos e ficando cada vez mais parecido com um dos seres que o caçam. A tabela de nível/ mudança na aparência é essa:

Nível

aparencia

3

Olhos ficam verdes perolados. Uma mecha branca aparece no cabelo.

6

Pele fica levemente azulada e o símbolo na testa fica colorido (com as cores dos cinco elementos)

9

Olhos mudam de cor conforme o comportamento. Orelhas ficam pontudas e alongadas.

12

Voz fica mais grave e imperiosa (parecendo que ecoa em algum lugar).

15

Sentidos ficam mais sensíveis (nenhuma modificação em jogo, apena parece que ele sente mais as coisas) pele fica inteiramente azulada.

18

Dois chifres ornamentais crescem na cabeça. Plantas tendem a crescer instantaneamente em lugares em que ele fique muito tempo.

20

Exala um cheiro de terra molhada e o símbolo na cabeça começa a brilhar com uma luz intensa.

Outros MacAssen:

Existe uma lenda que diz que um MacAssen sempre irá gerar descendentes, mesmo que evite ao máximo o contato íntimo com alguém, eles estão destinados a se apaixonarem e deixar pelo menos um herdeiro, conta-se que isso é parte da maldição do Rei Faerico, que quer matar o ultimo MacAssen com suas próprias mãos. No entanto é um pouco difícil um MacAssen encontrar outro(afinal eles são poucos, pois muitos são assassinados antes que possam gerar tais descendentes) e caso esse evento aconteça ambos vão se tratar como companheiros de guerra, mas não necessariamente amigáveis. Eles sabem que o clã está morrendo e evitarão ao máximo matar alguém de seu próprio sangue.

A história de Elriolt MacAssen (parte 2)

Aqui vai a parte referente a herança faérica do personagem: a casa Lodestar (estrela-guia em irlandês, segundo o google tradutor).
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O trono brilhava com uma luz esmeralda. Era finamente trabalhado, uma obra de arte feita por um material obscuro que somente as mais antigas raças poderiam conhecer. Detalhes em seu corpo contavam a história de uma nobre família, criados a partir do mais fino material dos sonhos, uma família de guerreiros e líderes, uma família de reis.

O homem que se sentava no trono bufou diante do jovem que acabara de entrar no palácio. Era o rei daquele povo e estava cansado. Sua pele era azulada e de aspecto brilhante, trajava uma armadura que parecia ser feita especialmente para seu corpo musculoso, trazia finas jóias ao redor do corpo e uma coroa brilhante feita da mais pura prata faérica. Possuía um rosto nobre e altivo e cabelos verdes escuros e longos, tão bem cuidados que matariam de inveja muitas nobres por aí. Orion, o rei da casa Lodestar, levantou a cabeça e disse:

-Noticias de minha irmã? – Parecia que aquilo já estava se repetindo muito freqüentemente e isso parecia irritar o rei. Já fazia vários meses desde que sua irmã mais nova havia sumido e a mesma parecia estar usando magia para evitar ser encontrada. Orion nem gostava tanto assim da irmã, ela era cheio de conceitos humanos de bondade e igualdade e isso enojava o rei. Apenas queria encontrá-la para não haver um escândalo na corte.

-Receio que saiba o destino final da Condessa Myerin, alteza – o mensageiro parecia temeroso com a mensagem que ia passar, afinal sempre sobrava para o mensageiro – ela foi morta em uma cidade humana, queimada por uma pira de fogo e depois seu corpo foi espetado a ferro frio. Não há mais volta para ela, voltou ao coração do sonhar, alteza.

-O QUE? – Gritou o Rei Orion – COMO OUSAM? MATAR UMA NOBRE DA CASA LODESTAR, AQUELES MALDITOS HUMANOS.

O mensageiro se encolheu, com medo do castigo que seguiria.

-Reúna os conselheiros, imediatamente! – Ordenou o rei - E depois se mate com uma adaga de prata alquímica, você renascerá como um duende fazendeiro.

Em prantos (silenciosos, diga-se de passagem, pois ninguém, seja fada ou mortal, pode mostrar-se triste diante uma ordem do rei) o mensageiro executa a ordem. Sem questionamentos.

Naquela tarde o conselho de todas as casas nobres se reuniram e cada um dos reis deu sua opinião. Era uma afronta o que tinha ocorrido, os humanos precisavam ser punidos, eles tinham que ver tudo que lhes era sacro ruir e se transformar em cinzas, assim como haviam feito com a Condessa.

Então naquela tarde uma maldição foi preparada. Todos os reis feéricos deram um pouco de seu sangue e sua alma para criá-la e sua execução demorou mais de 3 meses. Durante esse tempo uma jura eterna de vingança era propagada, uma jura que ficaria marcada no sangue de seus inimigos e se propagaria para todos os seus descendentes. As palavras ditas no juramento foram a seguinte:

“Assim como o sol e as estrelas guardam o planeta, que nenhum deslize passe despercebido, nenhum ferimento não seja vingado. Amaldiçoarei meu inimigo eterno, o Clã MacAssen e todos os seus descendentes, a vagarem amaldiçoados pelos quatro cantos do mundo, e não devo descansar enquanto cada um deles não perecerem. Que tudo a sua volta vire pó e que uma onda de azar os acompanhe para o resto da vida. Aqueles que conviverem com meus inimigos sofrerão e aqueles que jurarem laços com eles serão amaldiçoados. Que sua existência desapareça da memória de todos e que sua dor seja eterna, até o fim dos tempos.”

Com essa maldição a ruina do clã MacAssen estava selada e assim cada um dos que foram amaldiçoados receberam uma marca na testa, o símbolo da casa Lodestar: user posted image

Alguns MacAssen ainda vivem nos dias de hoje e são caçados pelas fadas remanescentes das casas (O Rei Orion ainda vive, afinal o tempo nada significa para as fadas), dizem que muitos souberam usar a maldição a sue próprio proveito e somente esses são capazes de sobreviver por muito tempo.

O que nem os MacAssen e nem os poucos bardos que perpetuam a lenda esperavam é que existe um híbrido vivo, uma parte da história que não foi contada por nenhuma das partes, em grande parte pela vergonha que esse fato proporcionava
Descendente de Ralkor e Myerin ele possui o sangue do clã MacAssen e da casa Lodestar e seu nome é Elriolt..

A história de Elriolt MacAssen

Essa é uma história que criei para um jogo de D&D que está em andamento. Para tirar a poeira do blog vou postar ela aqui em 3 partes separadas.
O personagem é da classe lâmina maldita e possui alguns talentos de herança faérica. Seus poderes estão diretamente relacionados com sua descendência.
Então para começar a História dos antecedentes humanos do personagem, os MacAssen:
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Certa vez eu ouvi uma história de um viajante que havia chegado à vila. Ele vestia roupas simples e tinha o rosto envelhecido, parecendo estar na estrada por muitos anos. Ficou apenas uma semana e depois seguiu floresta adentro, mas por algum motivo havia me escolhido como ouvinte e no tempo em que permaneceu aqui ele se dedicou a contar uma história, a história da maldição e queda do clã MacAssen.
Esse é conto de poder, queda e vingança, um conto que ficou na minha memória por todos esses anos e agora eu sinto que é hora de compartilhar com vocês.

“A quatrocentos anos atrás, nas montanhas ao sul, existia uma cidade fortaleza chamada Harcasterer, uma cidade cuja riqueza era tão grande que todo seu povo vivia em prosperidade. Seus exércitos continham os maiores magos daquele tempo e os mais poderosos guerreiros. Uma ordem de elite, composta por guerreiros-magos, protegia a cidade dos perigos maiores, combinando ao mesmo tempo o poder do aço e a versatilidade da magia. E quem estava no topo de toda a hierarquia era a família MacAssen.
Nobres como um elfo, tenazes como um anão e ferozes como orcs, os MacAssen reinavam com punhos de ferro. Eram governadores justos e os crimes eram punidos sem misericórdia.
O último herdeiro conhecido dos MacAssen foi Ralkor olhos de prata. Ralkor possuía todas as características que um MacAssen deveria ter: conhecia as leis como ninguém, sabia lutar como um deus e possua uma mente afiadíssima, porém ele possuía um traço que ao mesmo tempo era um dom e uma maldição: Um coração livre.
Por mais que conhecesse o valor da ordem e das tradições, Ralkor sentia vontade de viajar, de explorar o mundo, sem título ou obrigações. Queria enfrentar monstros e salvar donzelas, queria escapar das correntes frias da corte e da nobreza e como é característico dos MacAssen conseguirem tudo o que desejam, seja por meio da força ou da obstinação, aos 16 anos ele conseguiu convencer seu pai a deixá-lo viajar para outros reinos, como um diplomata enviado de Harcasterer.
Por um ano ele viajou pelos mais diversos reinos, enfrentando diversos perigos junto com alguns soldados e magos de confiança. Mas nada conseguia aplacar as chamas de seu coração, até que um dia ele conheceu uma fada.
Foi em uma floresta fechada, cujas altas árvores quase escondiam o sol e faziam o clima ficar frio e úmido. Alguns contam que a fada estava colhendo pétalas de flores, outros dizem que ela estava machucada, mas isso não importa, o que importa de verdade é que eles se apaixonaram no exato momento em que se viram pela primeira vez.
A fada, ou lady Myerin como era chamada pelos mortais, era uma criatura de grande graciosidade. Ela possuía uma nobreza inerente e um modo de agir que fazia com que as mulheres odiassem-na, além disso, sua beleza já havia feito vários casamentos serem desmanchados. Mas como todas as fadas seu modo era imprevisível e o que num dia poderia ser a coisa mais importante do mundo, no outro poderia perder o valor.
Ralkor voltou para seu reino com sua amada e seus servos. Sua chegada foi celebrada com uma grande festa e sua união com Myerin foi aceita pelo clã como uma grande oportunidade para aumentar seu poder, pois as fadas são conhecidas pelas suas capacidades mágicas e seu poder de combate.
Ambos viveram juntos por muitos anos, ocupando o papel de príncipe e princesa do reino, auxiliando o rei e a rainha em diversas tarefas. Myerin havia se habituado muito bem à vida na corte, sabendo lidar de maneira esplendorosa com as intrigas que são peculiares à nobreza.
Porém um dia a chama apagou.
A vida no castelo já não era mais o suficiente para a dama Faérica, as intrigas não mais lhe aguçavam a curiosidade e as inimizades não mais lhe proporcionavam desafio. Estava entediada.
Como estava acostumada a ter tudo que queria, Myerin convenceu seu apaixonado marido a fugirem juntos, viverem como errantes, enfrentar novos desafios, descobrir o novo e auxiliados por uma cortesã amiga de Myerin, ambos fugiram.
Apesar das habilidades mágicas de Myerin e da sabedoria de Ralkor, ambos não esperavam que a suposta amiga de Myerin fosse uma traidora e assim ambos foram pegos e aprisionados.
Myerin foi condenada a execução, por tentativa de fuga e abandono de suas obrigações, enquanto Ralkor foi condenado às masmorras do castelo pelo mesmo motivo. A nobreza de Harcasterer estava chocada e muitos já planejavam derrubar os MacAssen do trono.
Myerin morreu queimada em praça pública e Ralkor, ao saber da morte de sua amada definhou e morreu de inanição semanas depois. E isso marcou a ruína do reino.
Enfurecidos pela morte de uma fada nobre, os altos lordes faéricos amaldiçoaram a linhagem dos MacAssen, fazendo com que qualquer um que seja portador do sangue amaldiçoado tenha em volta de si uma aura de azar e dor.
Incapazes de escapar desta maldição, mesmo contando com os maiores magos do reino, os MacAssen perceram aos poucos e Harcasterer ruiu. Ninguem sabe dizer qual foi o fim da cidade, mas sabe-se que existem poucos registros que falem da mesma ou do poderoso clã que a governava.
Reza a lenda que Ralkor e Myerin geraram um descendente durante seus anos como príncipe e princesa e que hoje existem pessoas que carregam o sangue de ambos por aí, apesar de ser altamente improvável. Mas o que é certo é que ainda existem alguns poucos MacAssen, primos distantes ou sobrinhos da família original e eles continuam o legado amaldiçoado, portanto meu caros, se vocês algum dia conhecerem alguém que se apresenta com esse sobrenome, evitem essa pessoa e saiam da presença deles o mais rápido possível. Vocês não vão querer mexer com a magia das fadas.”


-Bertram Gumdyre, ajudante de taverna e aspirante bardo.